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sexta-feira, 30 de março de 2012

Sentimentos & Emoções

 SENTIMENTOS e EMOÇÕES são palavras muito comuns no repertório verbal das pessoas. Falas como "me sinto triste" e "estou emocionado" não são raridades em nossa sociedade.
    Não é só no senso comum que esses conceitos são utilizados aleatoriamente, TEORIAS MENTALISTAS e COGNITIVISTAS também dão certa ênfase nestas duas posições e fazem uso indiscriminado delas. Diante de tal situação, não é raro imaginar o porquê das pessoas acharem que SERES HUMANOS são de difícil compreensão e possuintes de estruturas complexas.

Emoções e sentimentos são temas falados cotidianamente em nossa cultura, mas será que estes podem ser compreendidos com o olhar da Ciência do Comportamento?


 OK. Todos sabemos o que são EMOÇÕES E SENTIMENTOS no senso comum e de teorias mantidas pela tradição filosófica socrática, mas o que um olhar mais minucioso e técnico pode dizer sobre estas duas?

   Primeiramente, vamos levar em conta que EMOÇÃO e SENTIMENTOS são COMPORTAMENTOS,
Segundo, os comportamentos da classe emoção e sentimentos são DISTINTOS.

  Atualmente, acho válido considerar os comportamentos da classe EMOÇÃO por meio das postulações  prévias de CHARLES DARWIN e a ampliação dos estudos das emoções de PAUL EKMAN.

  Darwin DEDUZIU que deveria haver uma UNIVERSALIDADE das emoções e que esta universalidade devia-se ao processo de SELEÇÃO NATURAL. Por esta ótica, as emoções são uma característica selecionada para o propósito de sobrevivência das espécies (ou reprodução, nos casos de contato sexual).

  Paul Ekman (sim, àquele consultor da série Lie To Me mesmo - O Cal Lightman é o personagem inspirado na vida pessoal do Paul Ekman. Entretanto, o Ekman é psicólogo e não psiquiatra como mostra na série) expandiu os estudo sobre as emoções e por meio de comparações de grupos confirmou o que Darwin deduzia: AS EMOÇÕES SÃO PROCESSOS UNIVERSAIS e NATURAIS. 

  EMOÇÕES foram modeladas pela seleção natural e são ELICIADAS (comportamentos que são eliciados são os... RESPONDENTES) na presença de um ESTÍMULO ELICIADOR. As emoções são de ordem endócrina e suas manifestações na forma de EXPRESSÕES FACIAIS são os COMPORTAMENTOS PÚBLICOS de uma cascata hormonal.

   Paul Ekman defini 6 EMOÇÕES UNIVERSAIS, independente de cultura. São elas: Alegria, Tristeza, Medo, Surpresa, Raiva e Aversão/Nojo. O psicólogo estadounidense ainda realiza estudos para confirmar ou negar a possibilidade de uma 7ª emoção, o desprezo.

Beleza, Walison! Já ficou um pouco claro o que são emoções, MAS... e os SENTIMENTOS?
  
Charlie Brown (Penuts) é um personagem muito TREINADO
a emitir  respostas verbais de  "seus sentimentos"

Certo. Para isso, vamos ao "Questões Recentes na Análise Comportamental" do SKINNER, para ser mais específico: "Questões Recentes na Análise Comportamental, no capítulo 7 - O lado Operante da Teoria Comportamental". 

  Neste texto podemos notar que OS SENTIMENTOS, propriamente ditos, SÃO, até os presentes estudos, EXCLUSIVAMENTE COMPORTAMENTOS HUMANOS.

Por que?

 Os sentimentos são COMPORTAMENTOS VERBAIS que dizem respeito a um CONJUNTO DE PROPENSÕES de uma PESSOA SE COMPORTAR. Estes foram NOMEADOS pela COMUNIDADE VERBAL.

  Quando ainda MOLEQUES fomos CONDICIONADOS pela COMUNIDADE VERBAL (pais, escola, mídia, etc) a denominar certas classes de comportamentos que ela (a comunidade verbal) não podia observar extrinsecamente. Desta forma, as pessoas podiam entender nossos COMPORTAMENTOS ENCOBERTOS e poder solucionar nossas necessidades. Além do mais, isso é prático para falar ao OUVINTE como estamos PROPENSOS A NOS COMPORTAR.

 Acho que com este exemplo deixarão as coisas mais claras em relação a sentimentos...

Quando alguém afirma sentir-se APAIXONADO, as pessoas a compreendem e deduzem que este sujeito tem uma probabilidade alta de se comportar das seguintes formas:
a) falar muito de determinada pessoa, b) procurar determinada pessoa com uma frequência maior do que faria com outras pessoas, c) ter fotografias em molduras "empapagaiadas" desta pessoa, d) ficar "sensível" a coisas que remetem a sua amada(o), enfim, uma GAMA DE COMPORTAMENTOS que nos possibilitam prever seus comportamentos e afirmar que esta pessoa ESTÁ (ou não) APAIXONADA POR fulaninho/fulaninha.


  É um tema extenso, mas acredito que este texto pode ser útil para desmitificar algumas GENERALIZAÇÕES destes dois CONCEITOS.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Testes Psicológicos: Uma avaliação de Respostas Emitidas

  A utilização de TESTES PSICOLÓGICOS é um diferencial do profissional da Psicologia.

  Estes testes não são feitos do nada ou por meio de uma luz celestial. Eles são realizados por meio de uma análise minuciosa e dentro de um RIGOR CIENTÍFICO que dê credibilidade a estas ferramentas. Os testes psicológicos são aplicados em diferentes situações, como no contexto escolar (como os testes de inteligência e de maturidade para a escolha profissional), na área organizacional ( teste de habilidades sociais, personalidade), Psicodiagnóstico (testes de personalidade, atenção), etc...

    OS TESTES SÃO UTILIZADOS POR DIVERSOS PSICÓLOGOS NAS MAIS DIVERSAS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA.


Os testes são aplicados em diferentes áreas de
atuação e apresentam um diferencial do Psicólogo.

  Neste ano, iniciei com a disciplina de TEP I. Mas, algo me deixou inquieto ao perceber algumas falhas na aplicabilidade dos testes e nos constructos que regem este instrumento. Diante disso, fiz algumas leituras e cheguei a uma POSIÇÃO PRÉVIA sobre os testes e sua aplicação.

1º - Testes Psicológicos NÃO AFEREM O QUE SE PROPÕE A AFERIR, SEUS CONSTRUCTOS. Sim, os testes psicológicos NÃO PODEM aferir inteligência, atenção, personalidade, etc. Isso por duas questões: a) muitos dos constructos dos testes psicológicos são FICÇÕES EXPLANATÓRIAS, ou seja, são conceitos que não possuem uma definição exata e não possuem evidências de que dada entidade existe no organismo humano; b) supondo que exista essas entidades (constructos), não estaríamos aferindo elas mesmas, mas sim RESPOSTAS. Por exemplo: Quando alguém realiza o Teste do Relógio (um tipo de teste de Inteligência), o teste não constará de resquícios da inteligência ou a própria inteligência mensurada, mas sim de um conjunto de respostas que o avaliado EMITIU em um tempo determinado.

2º - O fato dos testes não aferirem a própria entidade referida, NÃO OS TORNA INÚTEIS. Apesar dos testes não aferirem, por exemplo, a inteligência, eles nos dão registros quantitativos do número de respostas emitidas e tempo destas. Isso pode ser útil para prevermos as possibilidades de que o avaliado dê o mesmo número de respostas em CONTINGÊNCIAS SIMILARES ou faça GENERALIZAÇÕES.
  Em relação as testes de PERSONALIDADE E HABILIDADES SOCIAIS, por exemplo, conhecer as respostas emitidas pelo avaliado naquele momento nos dá 2 possibilidades: a) registrar os comportamentos que o avaliado está se responsabilizando em emitir em dado contexto (na área organizacional, estes testes podem ser a prova de que o avaliado está disposto a adquirir determinadas COMPETÊNCIAS, se a não possuía anteriormente); e b) estabelecer um PADRÃO de COMPORTAMENTOS para possíveis mudanças no REPERTÓRIO COMPORTAMENTAL do avaliado. Isso LINKANDO com os relatos do avaliado em ENTREVISTA inicial.
Bom, essas são duas possibilidades. Não são exclusivas. É claro.

3º - TODA FERRAMENTA É INÚTIL QUANDO O PROCESSO É INEFICAZ. Nada adianta se temos a possibilidade de realizar uma ANÁLISE FUNCIONAL de forma mais detalhada, se nos limitamos somente a uma ferramenta. Como meu professor colocou muito claro para minha turma e eu:
"Testes Psicológicos são ferramentas para a Avaliação Psicológica. Eles isoladamente não dizem muita coisa, visto que o avaliado pode estar envolvido em uma situação [contingência] que o impeça de responder adequadamente ao teste".


 Os Testes Psicológicos é uma FERRAMENTA  a mais para as possibilidades de atuação do profissional da Psicologia. Essa ferramenta pode auxiliar uma análise funcional mais minuciosa no repertório de respostas das pessoas e consequentemente PROPOR SOLUÇÕES mais assertivas e eficazes para alterar COMPORTAMENTOS.
  

segunda-feira, 19 de março de 2012

Os últimos dias de B.F. Skinner [linkada]

22 anos sem Skinner.

 BURRHUS FREDERIC SKINNER para quem não sabe, é um dos grandes nomes da ANÁLISE DO COMPORTAMENTO. Este grande homem estabeleceu os alicerces para o BEHAVIORISMO RADICAL e sua obra é influência em diversas áreas do conhecimento. Tudo isso devido ao grande alcance de seu modelo teórico e de aplicações técnicas. PRAGMÁTICAS.

  Skinner faleceu em 1990, mas tem-se relatos que mesmo próximo a sua morte, ele manteve-se envolvido na CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO e na divulgação da mesma.

  Bom, acredito que é um tanto quanto TRADIÇÃO em blogs de AC fazer postagens referentes a história pessoal de Skinner e essa história com o seu MODELO TEÓRICO. Diante disso, divulgo também por meio do  BLOG REFORÇANDO o relato de JULIE SKINNER (filha de B.F. Skinner) sobre os últimos dias de seu pai e sua INCANSÁVEL dedicação à ciência.

O texto a seguir TRADUZIDO para o português é de total CREDIBILIDADE do blog ["COMPORTE-SE"] e da tradutora deste documento ALINE COUTO.
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Meu pai sempre falou com admiração da morte do seu avô. “Ele morreu na ativa1”, ele dizia, aprovando. Algumas vezes adicionava: “É desse jeito que eu quero ir”. Bem, ele chegou perto.

Nos últimos meses meu pai continuou no padrão da sua “aposentadoria”: cedo estava de pé para escrever, café-da-manhã, uma caminhada, compromissos com visitantes e correspondência até o almoço. Às tardes ele geralmente relaxava com música e leitura leve, ficando em forma para a próxima manhã de trabalho. Até sua morte, a correspondência nunca diminuiu. Inevitavelmente, entre as cartas de colegas profissionais, ele recebia algumas cartas de estudantes no colégio pedindo-lhe para explicar o seu trabalho. Cartas para gente famosa nem sempre são bem informadas. O senador Kennedy costumava contar sobre ter recebido uma carta que dizia: “Escolhi você como meu senador favorito. Você pode me dizer por quê?”. As cartas para meu pai dificilmente eram melhores. Não obstante, ele respondia todas, sugerindo polidamente que se eles procurassem em suas bibliotecas poderiam encontrar um livro chamado Walden II ou Ciência e Comportamento Humano que responderia a suas perguntas.

Oito dias antes de sua morte, como os leitores desta revista provavelmente sabem, meu pai recebeu, da Associação Americana de Psicologia (APA), a primeira Menção Honrosa da APA pela Notável Contribuição à Psicologia durante sua vida. Os oficiais da associação asseguraram à família que manteriam meu pai afastado de multidões – o que era importante por causa do aumentada susceptibilidade dele à infecção pela leucemia – e mantiveram a palavra. À 1h do dia 10 de agosto, uma limusine foi à casa dos Skinner para levar nosso grupo ao hotel de convenções. Ali nós fomos recebidos e levados andares acima em nosso próprio elevador para um quarto do hotel, “como estrelas de cinema”, como meu pai comentou. Poucos minutos antes da sessão de abertura começar, fomos levados novamente ao térreo e pegamos um caminho pelos fundos para a porta lateral do auditório. Eu estava segurando o braço do meu pai quando entramos. A sala estava lotada. Uma segunda sala ao lado havia sido aberta e ela também estava transbordando. Quando demos dois passos para dentro da sala, todos ficaram de pé e começaram a aplaudir. Meu pai fez um aceno desajeitado de cabeça em cumprimento enquanto continuava andando – posso dizer que ele não esperava tal recepção. Os aplausos eram estrondosos. Eles continuaram enquanto nos encaminhávamos ao pé dos degraus no meio do palco. Eles continuaram enquanto meu pai subia os degraus. Continuaram, sem diminuir, enquanto meu pai era escoltado pelo palco até sua cadeira. Ele se voltou e curvou a cabeça amavelmente, mas não houve sinal de redução dos aplausos. Após 50 minutos preliminares, foi o momento de meu pai receber o prêmio.

Skinner em sua última palestra, no prêmio da APA (daqui)

Eu estava feliz de ele ter decidido não usar um texto ou mesmo notas, já que a luz ofuscante das equipes de câmeras de TV teria impossibilitado a ele de enxergar qualquer coisa. Ele começou: “Presidente Graham, ex-presidente Matarazzo, ilustres convidados, senhoras e senhores...” Ele falou sem problemas, do jeito que eu tinha ouvido em dúzias de convenções, perfeito com nomes e datas que eu teria problemas em lembrar. O discurso se direcionou à cisão na psicologia, “uma parte direcionada a encontrar a essência dos sentimentos, a essência dos processos cognitivos, e a outra direcionada a referências de contingências de reforçamento”. Ele fez uma analogia entre a dificuldade de aceitação da seleção natural de Darwin e a dificuldade de aceitação da sua própria seleção por conseqüências, culminando na afirmação: 

- “Até onde concerne a mim, as ciências cognitivas são o criacionismo da psicologia”. 

Todo o público suspirou. Bocados de aplausos puderam ser ouvidos aqui e ali. (Obviamente a cisão não era meio a meio). Skinner continuou, terminando em exatamente 15 minutos – como tinha planejado. Depois de ser novamente escoltado através das escadas (novamente aplaudido), ele deixou o local. E, devo dizer, quase todo o auditório fez o mesmo.

Durante o fim de semana, meu pai trabalhou no artigo de onde seus comentários foram retirados. Ele sairia no The American Psychologist e ele estava ansioso para terminá-lo. Nós falamos sobre o futuro – no que ele trabalharia em seguida. Ele não achava que teria tempo para terminar um trabalho que tinha feito sobre derivação das palavras, ou colocar em forma de artigo material de um livro sobre ética que ele tinha começado, mas desistido. Como se viu, ele estava certo sobre o tempo.

Na segunda pela manhã, meu pai tinha uma entrevista de uma hora com Dan Bjork, um historiador que estava trabalhando numa biografia dele. À tarde, eu o levei para a sua transfusão de plaquetas. Naquela noite eu estava trabalhando num canto que havia criado numa despensa no porão, quando recebi uma ligação. Era meu pai. “Julie, você poderia vir aqui?” Corri até o seu estúdio e o encontrei tremendo sob vários cobertores em sua poltrona reclinável. Entrei em pânico. Os sintomas eram os mesmos que o tinham colocado em coma um tempo atrás. Incapaz de chegar a um médico, liguei para o 911. Quando a ambulância chegou ele se sentia melhor, embora seu coração ainda estivesse acelerado. A equipe lhe deu oxigênio e tirou toda sorte de medidas, conferindo tudo por telefone com o pessoal médico do seu hospital. O oxigênio fez ele se sentir melhor, então eu liguei um velho balão que ele tinha guardado anos atrás. Encorajei-o a continuar sentado porque seu coração continuava acelerado, e ficar sentado deixa o coração sob menos esforço. Ele concordou, e pegou um livro pra ler. Montei uma caminha no estúdio dele e trouxe meu violão. Toquei para ele por uma hora – todas as peças clássicas que eu tocava razoavelmente bem. Isso o agradou. Ele não havia me ouvido tocar já há um tempo e comentou sobre a “riqueza” do som. O oxigênio e eu acabamos ao mesmo tempo. Mais tarde, na cama dele, um cubículo de dormir desenhado por japoneses num canto mais distante do estúdio, conversamos. Sentei na beirada, segurando sua mão, como muitas vezes, de olhos úmidos, ele segurou a minha enquanto me colocava na cama quando eu era criança. Apenas desta vez, havia lágrimas nos olhos de ambos.

Acordei pela manhã para encontrá-lo acordado, mas fraco. A despeito da minha insistência, ele se recusou a cancelar com uma equipe de TV marcada para gravar uma sequência para o programa de notícias daquela noite. Na manhã de quarta-feira, outra entrevista. Naquela tarde ele foi para o hospital pela última vez. Mas um dia antes de morrer, no hospital, ele trabalhou nos últimos ajustes no seu artigo para o American Psychologist.

B. F. Skinner era membro da Hemlock Society2 e acreditava no direito de alguém tirar sua própria vida. Ele fez um testamento em vida e, no hospital, recusou novamente esforços “heróicos” que poderiam prolongar o funcionamento dos seus órgãos. Perto do fim, sua boca estava seca. Depois de receber um pouco de água, ele disse sua última palavra: “Maravilhoso”. 
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Texto original - Vargas, J. S. (1990). The last few days. Journal of Applied Behavior Analysis, nº 23, vol. 4, pp. 409-410.

Palestra do Skinner na Convenção da APA disponível no YouTube (legendada em português): http://www.youtube.com/watch?v=Bf-GKbcSFNo


1. No original, “died with his boots on”, expressão típica na língua inglesa, com sentido aproximado ao colocado aqui.
2. Hemlock Society é uma associação que defende o suicídio assistido em alguns estados dos EUA. Mais sobre a associação neste link. "Hemlock", aliás, significa "cicuta", planta venenosa associada à prática do suicídio "honrado" desde algum tempo.




LINK DE ACESSO DA MATÉRIA ORIGINAL TRADUZIDA (BLOG "COMPORTE-SE):

domingo, 18 de março de 2012

Facebook e seus estímulos reforçadores

A epidemia virtual moderna, hehe.

Antes de fazer algumas colocações sobre esquemas de reforçamento observados no FACEBOOK, acho importante defini-los para o leitor não familiarizado com termos da AC.

Reforço POSITIVO: Aumenta a probabilidade do organismo emitir uma determinada resposta (essa resposta é um COMPORTAMENTO) na presença de um estímulo REFORÇADOR.

Reforço NEGATIVO: Aumenta a probabilidade do organismo emitir uma resposta pela retirada do estímulo AVERSIVO.

Acredito que as coisas ficarão mais claras quando falarmos do Facebook (provavelmente foi o canal para você encontrar este blog).


Não é necessário muitas colocações para observarmos esquemas de reforçamento "intensos" no SOCIAL NETWORK. Para tal, vamos fazer referência a ferramentas da página (e com certeza, você já sabe por meio de experiências próprias). "Vamo" lá:




 1 - O CURTIR atua como um reforçador para postagens ou compartilhamentos que você joga na rede. É muito comum ver pessoas continuar em uma conversa em GRUPOS devido a este reforçador. Os usuários da rede são norteados em suas postagens e comentários por essa ferramenta. É como se fosse uma espécie de ELOGIO, e elogios, na maioria dos casos, REFORÇA POSITIVAMENTE o comportamento emitido pela pessoa. O curtir REFORÇA POSITIVAMENTE as postagens do usuário.

2 - NOVAS ATUALIZAÇÕES (Não tem o ícone dele em cima não, mas é àquele "mundinho" que aparece quando aparece uma novidade), pode ser compreendido como REFORÇO NEGATIVO se seguirmos a ótica que o USUÁRIO evita ficar fora dos acontecimentos e novidades de seus amigos. Ficar "sem novidades" o é AVERSIVO. Também podemos olhar por uma ótica que é REFORÇADOR POSITIVO por apresentar um estímulo que reforça o COMPORTAMENTO do usuário em continuar na rede.
Como vocês podem notar, analisar FUNCIONALMENTE se um estímulo é REFORÇADOR POSITIVO ou NEGATIVO depende da função do comportamento que estamos nos referindo. De toda forma, esses ESQUEMAS SÃO DE REFORÇAMENTO por aumentar a probabilidade do organismo em continuar acessando a rede.

3 - SOLICITAÇÕES DE AMIZADE pode ser compreendido como a tradução do reforço universal humano de CONTATO SOCIAL ou CONTATO SEXUAL, dependendo de como será sua relação com a pessoa que solicitou "amizade".

4 - CUTUCAR. Bom, particularmente, esse lance de cutucar me é TOTALMENTE AVERSIVO, está mais para PUNIÇÃO POSITIVA do que REFORÇO, mas enfim... há pessoas que veem com bons olhos uma boa cutucada.
Cutucar é um reforçador POSITIVO quando reforça o comportamento do usuário que foi "cutucado" a "sentir-se percebido, lembrado" por alguém. Afinal, a função do cutucar é o de informar que alguém olhou seu perfil e quer que o CUTUCADO saiba disso.

Além disso...

O FACEBOOK tem um REFORÇADOR POSITIVO geral: Aproximar as pessoas, estabelecer novos contatos, divulgar produtos e serviços, unir grupos de pessoas com ideias afins.
REFORÇADOR NEGATIVO geral: Distanciar do Facebook pode te deixar desinformado, desatualizado e por fora das tendências atuais. Isso é um reforçador negativo, como já destaquei anteriormente, por fazer com que a pessoa se comporte a acessar o Facebook para evitar os estímulos aversivos de desinformação, desatualização (ainda mais se sua namorada ou namorado tiverem um perfil na rede, aí o bicho pega), etc.

Enfim...

O Facebook tem uma variedade de estímulos REFORÇADORES que torna uma tarefa difícil para o usuário se livrar ou se ausentar dele por alguns momentos.

Embora eu faça menção a reforços existentes no FACEBOOK, há também estímulos que podem tornarem-se aversivos e assumir características punitivas. Essa postagem fez uma análise superficial de REFORÇOS que normalmente se observam nas interações e na INTERFACE desta Network. Fiquem atentos para o fato de que reforço e punição são definidos pelo HISTÓRICO DE CONDICIONAMENTO do organismo, neste caso, o organismo são as pessoas que usam do Facebook.

sábado, 17 de março de 2012

Pra começar.




Oi.
Sou Walison, acadêmico de Psicologia.
A proposta do blog é simples como essa mensagem de introdução:
DESENVOLVER uma página de informação e postulações da Análise Funcional do Comportamento, Behaviorismo e Análise Experimental do Comportamento em ÁREAS DIVERSAS. Tudo feito por um acadêmico que quer popularizar a ciência e metido a observador.

Objetividade. Pragmatismo. Clareza.
É disso que estou falando.

É. Na Psicologia, os ratos também tem o seu lugar
 (principalmente, se você é  um AC)
 Anteriormente postava em outro blog o B&E, mas como não consegui seguir a proposta. Decidi tentar algo mais suave e específico.

Quem quiser dar uma olhada. É só clicar aqui